quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Expansão agrícola levou prosperidade a poucos, diz pesquisa


Cidades paulistas que experimentaram uma forte expansão da agricultura entre 1990 e 2008 observaram também um aumento da pobreza relativa — a incapacidade de se viver de acordo com o custo de vida local — e o acirramento dos conflitos agrários. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).



O trabalho, que cruzou informações sobre concentração de renda, pobreza relativa, produção agrícola e mortes por conflitos no campo, demonstra que, nas regiões Oeste e o Nordeste do Estado, o aquecimento da atividade agrícola foi acompanhado do aumento da violência e da marginalização econômica.
“Isso reitera o fato de que esse modo de produção leva aos municípios uma prosperidade concentrada nas mãos de poucos, enquanto gera um número cada vez maior de excluídos”, conclui o autor da pesquisa, Tiago Avanço Cubas, em nota.
A Favela do Simioni, maior de Ribeirão Preto, abriga 3,4 mil pessoas. (Foto: Reprodução EPTV)
A Favela do Simioni, a maior de Ribeirão Preto, abriga 3,4 mil pessoas. (Foto: Reprodução EPTV)


Segundo ele, Ribeirão Preto, um dos principais polos do agronegócio no país, é um exemplo típico desse fenômeno. “O município viveu de 1990 a 2008 um crescimento desordenado impulsionado pelo investimento rural e que levou ao surgimento e intensificação do número de moradias precárias.” Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citados pelo estudo, a cidade tem 26 favelas, quase todas originadas nas duas últimas décadas.


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